quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Voltei! Olá Expressão Musical.

Voltei! Sim, voltei a dar aulas de música. Oh como eu adoro isto, as crianças, a música, tudo junto na mesma sala é ótimo.
Neste ano letivo 22/23 abracei um novo projeto de aulas de Expressão Musical desenvolvidas nas Atividades de Enriquecimento Curricular (AECS) no meu concelho. Nestas aulas tenho 7 turmas diferentes, a maior parte são de 3º e 4º ano de escolaridade mas também tenho apenas uma que junta meninos do 1º e do 2º ano. 
Tem sido um desafio incrível, sempre entre 10 a 15 alunos em cada turma, cada um com a sua personalidade, cada um com o seu gosto musical, que eu tenho que gerir da melhor forma possível. 
Trabalhamos em regime de escola pública por isso há certas regras que temos que ter em conta, como o registar as faltas dos alunos, fazer os sumário, recolher elementos para avaliação, etc. Mas sabem uma coisa, até essas regras são muito fáceis de cumprir quando fazemos aquilo que realmente gostamos.
E sim, eu gosto muito de dar aulas de música. É um trabalho que nem sempre é fácil, há todo um processo de preparação das aulas, de planificações de trabalhos que temos que realizar. Muitas vezes pensam que ser professor de música é apenas colocar uma "musiquinha" ou cantar com os alunos e pronto, mas não é nada disso. A "musiquinha" tem que se adequar às idades de cada um, e geralmente não agrada a todos (porque nem todos temos os mesmos gostos musicais). É preciso ensinar a estes alunos a verdadeira essência da música, como é que ela funciona, para que serve, o que podemos fazer com ela, tudo isto enquanto cumprimos um calendário de planificações com objetivos a alcançar.
Estas aulas começaram à cerca de um mês e tem sido uma experiência incrível, já passamos a fase de adaptação (sim, tivemos que nos adaptar todos, os alunos a mim e eu a eles), agora estamos na parte de trabalhar, descobrir novos conceitos musicais e tem corrido mesmo muito bem.
Nem todos os alunos são fáceis, cada um tem a sua personalidade e feitio, nem todos gostam das aulas da mesma forma, mas cabe me a mim resolver as situações que vão aparecendo, nem sempre se pode fazer a vontade a todos, pois à dias em que a materia agrada a uns e noutros agrada a outros. 
Até ao momento ainda não tive nenhuma situação que não fosse possível ser resolvida na própria aula. É necessário ouvir os alunos, mesmo que a última e soberana palavra seja a minha da professora, eles também gostam de ser ouvidos, dentro dos limites que uma sala de aulas nos obriga, sempre mantendo a relação professora-aluno (não se devem misturar estes dois papéis fundamentais, pois os alunos têm que perceber quais os deveres e direitos de cada parte).
Tem sido ótimo chegar à escola e começar a ouvir chamar "professora de música" só mesmo para me cumprimentarem, ou passar pelo corredor e ver meninos e meninas a acenarem me com a mão, a chamarem-me ou até mesmo a virem direitos a mim para me dar um abraço (sim, este calor humano faz nos falta e sabe bem a todos, tanto aos que dão como aos que recebem, ainda bem que o covid nos deixou voltar a ter estas manifestações de carinho).

Mas não sou apenas professora de música nas AECS. No início deste mês de Outubro atirei-me de cabeça para um novo projeto, ui e que projeto, aulas de Expressão Musical numa entidade privada, com alunos desde os 5 meses até aos 6 anos.
Meu Deus, que diferenças de idades tão grande. Bem, trabalhar com os alunos do pré-escolar (3 a 6 anos) é mais fácil para mim porque trabalhei durante três anos com estas idades e já tenho uma bagagem suficiente para me deixar tranquila. Mas e os outros? Nunca trabalhei com creche, nem muito menos com berçário. Tem sido difícil arranjar formas e atividades para trabalhar com eles, porque enquanto para as outras idades eu já tinha bastante material, para estas idades não tenho mesmo nada, a única coisa que tenho é uma filha de dois anos que me dá uma grande ajuda a perceber as fases dos bebés, o que conseguem fazer em cada idade, pelas quais ela já passou.
São aulas no concelho vizinho e são oito turmas, duas de berçário, três de creche e também três de pré-escolar que estão dividas por idades, que começando nos mais pequeninos vão aumentando até aos mais crescidos. Desde o início que fui muito bem recebido por toda a direção e pelas colegas (educadoras e auxiliares) que me colocaram logo à vontade e isso fez-me sentir como parte da equipa.
Ainda está muito no início mas estou a adorar esta nova aventura da minha vida profissional.

Para além destas duas grandes atividades profissionais, dou também aulas de música individuais e em grupo, na minha terra. E desde junho deste ano que comecei, juntamente com o meu marido (também ele músico amador) a dar aulas de música numa banda filarmónica de um concelho vizinho. Estas aulas são muito diferentes das anteriores, aqui temos um grande objetivo que é a progressão e continuidade da banda filarmónica, por isso o nosso trabalho é ensinar os alunos para que estes estejam aptos a ingressar na filarmónica. Apenas ensinamos instrumentos de sopro e percussão (os habituais numa filarmónica), iniciação e formação musical e também solfejo. Aqui as idades são mais complicadas, pois podem ir desde os 6 anos até sem limite de idade (tanto podemos ter crianças, como adolescentes ou até mesmo adultos), neste momento apenas temos crianças e adolescentes.
É um projeto diferente mas do qual também gosto muito, foi neste tipo de aulas que me lancei há 9 anos atrás, por isso têm sempre um gostinho especial.

Mas não fico por aqui, também este mês vou recomeçar um projeto que já tinha iniciado o ano letivo passado, as explicações e acompanhamento dos trabalhos de casa. Será nos mesmos moldes do ano passado mas este ano com mais alunos, enquanto no ano passado apenas era na sede de concelho, este ano vou também para uma das freguesias uma vez por semana e mantenho cá na sede de concelho duas vezes por semana. 
No ano passado correu bastante bem e vou com expectativas de que este anos corra igual mente bem.
É uma coisa diferente mas também serve para algar os meus conhecimentos e técnicas e para sair um bocadinho da área da música, o que só me faz bem.

E pronto é assim a minha vida neste momento, uma professora de música com vários alunos de todas as idades e que adora aquilo que faz!